2.11.12

Sento-me no chão e agarro-me ao papel, assim ocorrem desabafos. Ao som da chuva a inspiração vem e é então que escrevo sobre a saudade.

Às vezes sinto o meu coração gelado como o tempo lá fora e choro. A saudade percorre-me o sangue e entranha-se nos ossos. Sentir falta de alguém é difícil. É como saber que ela não vai voltar da mesma maneira, que devíamos ter aproveitado todos os momentos muito melhor e que todas as memórias não vão passar disso, memórias. O tempo e as circunstâncias aproximam e afastam, como o vento faz com as folhas das árvores e com as roupas no estendal e nós ficamos parados a ver os acontecimentos sem fazer nada. Ao escrever e tomar consciência disso, sinto-me culpada. O mundo deve ser feito à minha medida e não o contrário e não é o que sucede. Temo perder gente de que gosto todos os dias até ao fim da minha vida e sem nunca suportar essa dor, porque a saudade resolve-se com um telefonema ou uma tarde bem passada e a falta já não se resolve, por muito que se mate a saudade a falta vai lá estar, porque nada voltará a ser o mesmo, jamais.

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