A intensidade com que
sempre senti as coisas nunca foi algo que eu pudesse controlar. Dou voltas à
minha cabeça para tentar entender o meu coração, o que ele me quer dizer e
aquilo que também ele, me faz sentir. Não consigo. Sinto-me demasiado complexa
para ser compreendida, demasiado complexa para sequer tentar entender-me. É estranha
a sensação que tenho sobre mim mesma. Sou quase uma desconhecida, alheia a tudo
o que se passa dentro de mim, entre os pedaços que formam o meu coração e o
fazem palpitar no meu peito. A descoberta faz parte, bem como a mudança, talvez
me encontre ou talvez me perca. Sou uma incógnita. Não como o “x” na matemática
que tem sempre maneira de ser descoberto, mas como tudo na natureza que tem uma
razão para ser como é. E assim me perco e me encontro e me escondo e me acho e me
encaixo e desenquadro. Voo. Só espero pelo súbito descuido da minha
complexidade.
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