30.8.12
“Eu não falo. Tenho medo de falar. Temo que não me ouçam. Temo que faltem as palavras e as lágrimas falem por mim. Não gosto de lágrimas. Elas não têm gosto bom. Mas às vezes eu choro como se fosse a única coisa no mundo a fazer. Tento não me importar tanto. Tento não cair. Então eu me tranco e deixo as lágrimas dentro, pelo menos assim elas não salgam a minha boca. E eu quero doçura, quero portas, quero saídas, quero opções para quando eu quiser fugir de mim mesma. Tranco os meus olhos. Ninguém tem a chave. Ninguém pode me destrancar. Já me acostumei a carregar tudo sozinha. O peso já não pesa e o que sair das minhas costas me permitirá flutuar. Tenho a garganta fechada. Deixo tudo preso, comigo, quieto, doendo sem parecer doer. Me abrir é o mesmo que fazer chover até inundar.”
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